Já está na hora de olharmos a beleza e o auto cuidado de um jeito diferente, e a onda slow propõe, de forma simples, algo de grandioso impacto.
Mas afinal, o que o movimento slow tem a ver com beleza?
Seria mais fácil e rápido elencar o que não tem a ver, afinal o propósito dessa ideologia é tão grande que nos demanda muito conteúdo, porém, de forma objetiva, o olhar desacelerado para o auto cuidado traz uma ideia de fluidez e respeito ao que verdadeiramente somos.
A maior bandeira do Slow Beauty é a beleza natural que pode ser mantida com produtos mais simples, porém eficazes e funcionais e livres de químicos pesados que comprometem não só a saúde, mas também o meio ambiente. Além disso, é um resgate a hábitos tradicionais, muito usados pelos nossos avós e ancestrais, e que caíram em um breve esquecimento em função de uma cultura de consumo desenfreada, e, me atrevo a dizer, muito desnecessária.
A sábia filosofia do “menos é mais” fala de respeito a quem realmente somos e a uma aceitação legítima da forma em que nosso corpo funciona. No âmbito da beleza, os diversos estímulos que geramos em nossos corpos com produtos industrializados e com componentes extremamente prejudiciais (como parabenos, chumbo, parfum, amianto entre tantos outros) acabam por viciá-lo a estes estímulos, por isso a falsa impressão de que se pararmos de usar determinado produto, na sua maioria caros e até escassos, vamos ficar com a pele envelhecida, ou os cabelos mais ralos, secos ou oleosos. E esse recurso da indústria é a maior falácia desse segmento, ou seja, somos altamente ludibriados por uma eficiência que na realidade nos tira todo o recurso que nosso próprio corpo já nos proporciona, simplesmente por uma alta frequência de uso.
A natureza nos proporciona recursos infinitos para nos fazer melhores e mais bonitos; o segredo está na equação (nada complicada) do que usar para estimular o que nossa própria genética nos abastece de forma controlada para uma melhor performance de cada produto.
Agitar, fazer e acontecer é ótimo, e desacelerar faz bem, afinal tudo é uma questão de equilíbrio. Desacelerar na dinâmica da beleza significa consumir de forma consciente, se conectar com corpo, alma e mente; é estar presente, e de certa forma é uma terapia e um carinho que todos merecemos.
Vamos então elencar alguns dos principais motivos para se adotar um estilo de vida mais consciente.
Pense, a pele é o maior órgão do corpo (incluindo o couro cabeludo). E tudo o que você passa nela acaba em sua corrente sanguínea, se você costuma consumir produtos químicos e demais artifícios sintéticos, por mais que superficialmente, eles já fazem parte do seu organismo;
A absorção da pele é mais eficaz com produtos naturais e orgânicos, principalmente feitos de aditivos vegetais e óleos essenciais;
Ao adotar o estilo slow beauty, você apoia empresas comprometidas com a preservação do meio ambiente e na maioria das vezes a economia local;
Usando produtos naturais e biodegradáveis, você melhora a qualidade do esgoto da sua região. Ou seja, contamina e polui menos os lençóis freáticos e a água dos oceanos;
Segundo pesquisa feita, ainda em 2004, pelo Environmental Working Group (EWG), instituição norte-americana voltada para a segurança dos cosméticos, as mulheres usam em média 12 produtos de higiene pessoal por dia; dessa forma, elas podem ser expostos a uma média de 168 substâncias químicas diferentes todos os dias;
Também pela EWG, fora constatado que boa parte das substâncias químicas usadas na indústria de cosméticos não foram testadas em relação à segurança do uso em humanos; e
Há estudos científicos que ligam a exposição a toxinas químicas ao aumento da infertilidade, problemas hormonais, câncer e outras doenças.
Vamos agir com coerência do que cobramos dos outros; do que queremos para nós mesmos e nossos filhos. Vamos nos respeitar, olhar para o simples, porque é de dentro para fora que as grandes mudanças acontecem no mundo.
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